Porque alguns herbicidas utilizam ou necessitam da luz em seu funcionamento? Conhecer o funcionamento é essencial para a sua utilização de forma correta.
Alguns herbicidas necessitam diretamente da presença de luz no seu funcionamento ou posteriormente a sua ação para causar a morte da planta. Os herbicidas são divididos em grupos de acordo com seu mecanismo de ação, deste modo os herbicidas pertencentes aos grupos C, D, E, F são exemplos de herbicidas que interagem com a luz.
O Grupo C, conhecido como grupo de herbicidas inibidores do Fotossistema II, tem como local de ação, a membrana do cloroplasto onde ocorre a fase luminosa da fotossíntese, mais especificamente no transporte de elétrons (Christoffoleti, 1997). Deste modo é interrompida a produção de energia, e consequentemente a redução do ciclo de carbono, liberando espécies reativas de oxigênio, devido ao excesso de elétrons na planta (Powles & Yu, 2010). Esse grupo possui herbicidas em pré e pós-emergência como: Ametrina, Atrazina, Metribuzin e Tebuthiuron.
No Grupo D, conhecido com inibidores do Fotossistema I, tem mecanismo de ação parecido com o II, apresentando uma ação mais rápida de espécies reativas de oxigênio que destroem as membranas celulares causando extravasamento de água das células da planta e uma rápida dessecação foliar. Esse grupo possui herbicidas exclusivamente de pós-emergência como o Paraquat e Diquat, únicos representantes dos herbicidas que possuem esses mecanismos de ação.
No Grupo E, conhecido com Inibidores da Protox, possui mecanismo que basicamente inibe a produção de clorofila e de alguns compostos conhecidos como “hemes”, produzindo um pigmento fotodinâmico que em acumulo no cloroplasto na presença de luz e oxigênio molecular, produz oxigênio “singlet” (O-), que destrói a membrana da célula, levando a planta a morte (Becerril &Duke, 1989; Hao et al., 2011). Esse grupo possui herbicidas de ação pré e pós-emergente como: Saflufenacil, Sulfentrazone, Fomesafen, Lactofen.
O Grupo F, conhecido como Inibidores da Biossíntese de Carotenos, tem mecanismo de ação com foco na inibição da síntese de carotenóides, e posterior geração de estresse oxidativo, que destrói as membranas celulares, levando as plantas a morte (Kruse, 2001). O caroteno é um pigmento da planta que tem a função de proteger a clorofila da degradação causada pela luz. Esse grupo possui ação pré e pós-emergente como exemplo podemos citar: Mesotrione, Isoxaflutole, Clomazone.
Conhecer o funcionamento, é um importante passo para a melhor utilização dessa ferramenta chamada herbicida. Lembrando que todos os herbicidas possuem características que devem ser respeitadas e que deve-se seguir sempre a orientação de um engenheiro agrônomo.